Trecho retirado do livro “Strategy for the Liberation of Palestine”, publicado em 1969 pela Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP).
Disponível originalmente no site PFLP Documents.
Fonte: Traduagindo
Tradução por Élton Zobisch.
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A guerra de libertação popular contra o imperialismo – que possui superioridade tecnológica, capacidades econômicas e produtivas, longa experiência em colonizar e explorar povos, suprimir seus movimentos e neutralizar sua revolução com novas técnicas que são desenvolvidas e adaptadas de acordo com as circunstâncias do momento – não pode ser trazida à existência nem pode ter continuidade ou triunfar de uma maneira automática ou espontânea. O partido revolucionário que trabalha pela concepção de tais guerras e as conduz à vitória é uma condição sine qua non para qualquer revolução radical legítima do nosso tempo. É o partido que provê uma visão apropriada da batalha e determina estratégia e tática à luz de seus estudos objetivos sobre as forças envolvidas na batalha e seus pontos fracos e fortes. É o partido que providencia liderança à batalha e fornece a estrutura dentro da qual todas as potencialidades das massas serão mobilizadas e direcionadas à vitória da guerra e ao alcance do objetivo. À luz disso, assuntos do partido (nosso entendimento sobre o partido, as bases de sua construção, sua estrutura de classe, técnica de trabalho, suas instituições, relações de governo e liderança com as bases e relações entre partido e massas) não mais permanecem em segundo plano. Estratégia organizacional se torna então uma parte integral da estratégia de batalha e de sua visão sobre ela. A discussão teórica que já por algum tempo vem acontecendo entre as forças revolucionárias da América Latina (os partidos Castristas) e os partidos pró-Soviéticos e pró-Chineses é principalmente em torno de assuntos relacionados à estrutura do partido revolucionário que liderará a revolução.
O fracasso de partidos nacionais de esquerda e partidos comunistas no mundo Árabe significa o fracasso em particular desses partidos, suas estruturas, formações e estratégias adotadas, mas não significa o fracasso do princípio da existência do partido como condição para presença revolucionária. A prova é que nenhuma revolução nesse século teve sucesso e seguiu em triunfo, assim como nenhuma dessas revoluções alcançou mudança radical na estrutura da sociedade e deu nova vida às massas sem um partido para liderar e prover bases ideológicas e sociais nas quais ele se suporta, sendo então capaz de continuar existindo por meio das conexões objetivas com essas bases.
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